Origem do Judô

Muitas eram as formas de combate praticadas na antiguidade. Porém, entre elas, uma se destacava, o Jujutsu. Reza a lenda que o princípio fundamental do Jujutsu, “ceder para vencer” surgiu quando um antigo médico japonês observou durante uma tempestade, que os galhos da cerejeira, apesar de fortes, quebravam com a violência do temporal, enquanto que os galhos flexíveis do salgueiro se curvavam a cada golpe e conseguiam voltar às suas posições, sem dano (Calleja, 1982, p.8).

Mas o Jujutsu não podia ser considerado um esporte, pois não haviam regras padronizadas, nem as suas técnicas eram ensinadas segundo método de ensino com bases científicas ou tampouco com intuitos pedagógicos, imperando o espírito “vencer ou morrer, lutar até a morte” (Shin-ken-shobu).

Jigoro Kano, grande estudioso do Jujutsu, discordava deste “espírito” e acreditava que uma atividade física deveria servir, em primeiro lugar, para a educação global dos seus praticantes.

Então, baseando-se nos axiomas Seryoku Zenyô, máxima eficácia e Jita Kyoei, prosperidade e benefício mútuos (Caleja, 1982, pp. 8-10), selecionou e classificou as melhores técnicas do Jujutso, modificando técnicas guerreiras que eram projetadas e desenvolvidas para ferir, mutilar ou matar os oponentes no campo de batalha, de modo que estudantes e praticantes desta nova modalidade pudessem praticá-la e aplicar com segurança as suas técnica, sem o objetivo de ferir os seus oponentes.

Para isso estabeleceu regras para os combates e métodos para o ensino, facilitando assim a sua aprendizagem.

Assim, em 1882 Jigoro Kano inaugura a Kodokan e iniciou a trajetória do Judô como uma modalidade esportiva e em 1964, em Tóquio, teve a recompensa póstuma do seu esforço quando o Judô foi considerado como um esporte Olímpico (Butcher, 2003, p.11).

Nesta Olimpíada a competição envolveu apenas praticantes do sexo masculino. A extensão da competição olímpica ao sexo feminino só ocorreu em 1992, na Olimpíada de Barcelona.

O Judô de Competição

A década de trinta do século XX marcou a eclosão do Judô em nível mundial. Quase todas as nações civilizadas já conheciam e praticavam o Judô. No Japão realizavam-se competições sob a forma de campeonatos, e na Europa, em função dos vários encontros realizados iniciou-se o processo de organização de uma estrutura desportiva europeia (Guerreiro, 2003).

Desse processo de massificação e evolução, surge a implementação das regras de arbitragem e a primeira competição internacional realizada na Europa, em 1947, em Londres, envolvendo equipes da França e da Inglaterra (Calleja, 1982).

Em 1948, o Judô ganha mais um aliado para o seu reconhecimento como um esporte internacional, ao ser fundada a União Europeia de Judô, que vem a promover em 1951, em Paris, o 1º Campeonato Europeu. Já em 1956 tem lugar o 1º Campeonato Mundial, organizado pela Federação Internacional de Judo (FIJ), contando com a participação de 18 países (Calleja, 1982).

Segundo Guerreiro (2003), a presença das mulheres em competição surge a partir de 1975, nos Campeonato da Europa e, em 1980, nos Campeonatos Mundiais. Não obstante, a sua participação em Olimpíadas só veio acontecer em Barcelona, em 1992, como já referido anteriormente.

Todo este crescente desenvolvimento despertou o interesse da realização de estudo a fim de aprimorar o Judô e assim surgiu a primeira grande mudança, a divisão de categorias, a partir de 1961, o que gerou severas críticas no meio da modalidade, pois esta divisão ia contra os princípios filosóficos de Jigoro Kano.

Entretanto, estas mudanças foram essenciais e imprescindíveis à sua inclusão como uma modalidade Olímpica, pois para muitos os combates eram monótonos, com muitas paragens, e as regras de difícil entendimento para aqueles que não eram praticantes (Calleja, 1982).

Ao longo do tempo vária mudanças se foram processando. De fato, o tempo de luta foi reduzindo de 20 para 5 minutos, os atletas passaram a utilizar Judogis de cores diferentes, branco e azul, facilitando a visualização aos telespectadores, à imprensa e à arbitragem. O número de categorias aumentou de 03 para 07 e foram modificadas as regras para dinamizar os combates e torná-los mais atrativos e espetaculares aos espectadores (Ohlenkamp, 2006).

Assim, da primeira competição Olímpica, em Tóquio, 1964, até a atualidade, muitas mudanças tático-técnicas ocorreram, fruto das alterações às regras de competição.

Por Silvana Nagai – Extraído da Tese de Mestrado – Análise das Acções Pontuadas em Combates do Campeonato Europeu de Judô de 2008 – Universidade do Porto – Portugal

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